22 de junho de 2015

Mikuni 42 - não, não é um restaurante japonês...

Mikuni 42 - não, não é um restaurante japonês...

O Mikuni 42




Pra quem não sabe, a empresa Mikuni, japonesa, fabrica alguns dos melhores carburadores que há no mercado. Parece antiquado (é sim), mas são produtos de alta tecnologia, até mesmo nos dias de hoje.

Eles não competem com as injeções em termos de custos para as empresas montadoras de veículos - hoje em dia, são mais caros de produzir e "acertar" do que uma injeção.

Vantagens do carburador: saudosismo, uma certa diferença - muito apreciada por mim e por outros - na aceleração do veículo (no caso, minha moto) e, claro, saudosismo (acho que já falei nisto...).

Mais importante ainda, há um prazer sadomasoquista em "acertar" a carburação, que parece ser uma tarefa de Sísifo.

Imbuído destes pensamentos alegres, resolvi acertar, eu mesmo, o tal Mikuni 42 que, após a conversão da moto para 1200 cc, substituiu o Keihin 40. Pra quem não sabe, a pequena diferença de 2 mm de diâmetro entre o Mikuni e o Keihin é, sim, insignificante em termos de performance. A diferença é que o Mikuni permite muito mais ajustes que o Keihin. Num país onde se tem 27% de álcool no combustível (chamado, comumente, de "gasolina"), fora outros aditivos que o dono do posto sabiamente incorpora (solventes, água-raz, etc.), isto faz uma bela diferença.

Spoiler: sim, consegui acertar o bixo!!!

Depois que você compreende como um carburador funciona, nos vários estágios da aceleração, até que não é tão difícil assim acertar a tranqueira toda. No Mikuni, você tem um giclê de baixa, um de média/alta, combinado com a agulha, uma bomba de aceleração e o cabo do afogador. Também tem a posição da boia (boia não tem mais acento agudo no "o", assim como "ideia", lembra-me o corretor ortográfico), mas não é preciso mexer nisto durante os primeiros 200.000 km - assim espero.

Nosso combustível tem o problema da adição de álcool, que torna a vaporização do mesmo bem mais difícil. Pra complicar, o álcool queima com maior poder calorífico. E você tem que lidar com estas contradições.

Acertei a agulha e o giclê da alta com uma certa facilidade. Simplesmente usei uma calibragem maior do que o recomendado ("default") pelo fabricante para os motores norte-americanos. Ficou perfeito. A bomba de aceleração ficou no mesmo lugar, já que é uma problema de "quando" ela é acionada e não de "quanto".

O giclê da lenta foi bem mais difícil.

Finalmente percebi que, na lenta, quanto mais pobre a mistura, melhor. Não deu pra usar o default do manual, devido ao álcool, mas, usando um giclê acima e usando o parafuso de regulagem, tudo correu bem!

A moto tá um doce agora, responde rápido, não "pipoca" nas saídas de curva e faz mais de 15,5 km/l na cidade (não testei em estrada ainda).

Se alguém precisar das regulagens que usei, basta deixar um comentário aí embaixo.
  1. Bom dia amigo, poderia passar qual foi os gicleurs usados em baixa e alta ?

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    Respostas
    1. Oi, Lucas!
      Obrigado por seu interesse no nosso blog e no assunto. Neste carburador (HSR-42) você tem 5 ajustes: giclê da lenta, giclê principal, agulha do principal, ar da lenta e bomba de aceleração. Vc pode fazer o download do manual aqui http://www.mikunipower.com/Manuals/HSR42-48_Manual.pdf . Para a lenta eu usei um giclê de 27.5, um "ponto" acima do padrão. Para o principal, usei um giclê 170, da Yost, que é um giclê especial. Ele melhora muito a vaporização do combustível. Agulha: usei a 96, com o clip bem no meio (posição 3). No manual tem como regular o ar da lenta e a bomba de aceleração. Claro, estas regulagens valem para o meu motor, que é 1200, velas Iridium, cabos de vela Morozo, cabeçote trabalhado, ponteiras mais "abertas". Mas acredito que estas regulagens são um bom ponto de partida. Ah, depois de acertar a carburação, rode uns 1.000 km e verifique as velas para ver se a mistura está correta. []s e boa sorte!

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    2. Ah, se precisar de amortecedores a gás, fale comigo! []s

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  2. Bom, há duas semanas vi que a moto estava perdendo rendimento e gastando muito. Tirei as velas e estavam imundas (sujeira preta), sinal de mistura muito rica. Provável motivo: só trânsito urbano, em baixa velocidade, por meses a fio. Limpei as velas com a Dremel, com suavidade, e aproveitei e limpei o filtro de ar, já estava mais que na hora. Coloquei o giclê de lenta 25, menor que o 27.5, e subi a agulha para o clip mais baixo. Re-regulei a bomba de aceleração. Ficou bem melhor, o motor esquenta mais rápido e voltou a fazer 15 km/l na cidade. Nesta época de verão, as temperaturas têm andado altas, batendo 30 ºC todos os dias. Vamos ver no inverno, talvez tenha que voltar o giclê de lenta pra 27.5. Daqui a uns dois ou três tanques vou ver o estado das velas, também.

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