23 de maio de 2012

Nova Iorque, New York, Nova York, NY, NYC... qual é a sua?

Nova Iorque, New York, Nova York, NY, NYC... qual é a sua?



Estivemos em Nova Iorque entre os dias 24 de abril e 1º de maio de 2012 e tudo não poderia ter sido melhor.

Novamente confirmei que o mais importante numa viagem é a pesquisa anterior, o planejamento. Só assim, a meu ver, pode-se aproveitar o melhor que uma cidade tem a oferecer. Alguns podem pensar que planejar significa engessar tudo de tal forma que não há lugar pra surpresas. Puro engano! Pesquisando bem seu destino você terá mais opções para, se preciso for, abandonar os planos e rapidamente tomar outro rumo. Além disso, não precisa ficar preso aos passeios que todo mundo faz sem sequer saber o motivo.

Mas, por onde começar a pesquisar e planejar uma visita a NYC? É o centro do mundo, tem tudo, a cada portinha uma surpresa, o que fazer?

Para tentar minimizar as escolhas decidimos como tema central a...  comida! Sim! A cidade oferece qualquer tipo de comida que alguém possa pensar: gente do mundo inteiro levando pra lá suas tradições culinárias.

Alguns podem dizer: "não há boa gastronomia nos Estados Unidos". "A culinária deles é horrível" e coisas do gênero. Bom, minha experiência mostra que as pessoas que dizem coisas assim, quando viajam aos EUA, não vão a lugares diferentes de McDonald's, Wendy's, Starbucks e Papa John's. Alguém discorda?

Mas você ainda pode estar pensando: "São Paulo também é assim!". Bem... é... mas aqui quase tudo é adequado ao gosto brasileiro ou, pior, paulistano. As comidas tem sempre menos temperos que a versão original, quase nada de pimentas, coentro não entra de jeito nenhum e coisas assim. E, não nos esqueçamos, sempre muito mais caro!

Decidido o tema começamos a esboçar nosso roteiro.

Foi difícil. Muito difícil. Foram tantos os blogs e guias visitados, tantas as reportagens, programas de TV, indicações de amigos e outras fontes que seguramente temos mais umas quatro ou cinco viagens para poder visitar tudo.

Para melhor organizar o jeito foi usar o Google Maps, marcar todos estes lugares e ir visitando cada um de acordo com a facilidade de pegar metrô, ônibus ou percorrer o caminho a pé mesmo. Fomos a Manhattan, Queens, Brooklyn, Staten Island (mas nem saímos da estação do ferry) e visitamos Hoboken, já no estado de New Jersey.

Clicando AQUI você pode visualizar o mapa dos lugares que visitamos.

Nos hospedamos no Best Western City View Inn, em Long Island, a apenas 2 milhas (3,22 km) do centro de Manhattan. O hotel é tão bom quanto qualquer outro da rede, fica bem próximo da estação de metrô linha 7 (um shuttle do hotel faz o transporte gratuitamente) e tem um ponto de ônibus quase em frente. Também tem estacionamento grátis. O quarto é grande e limpo, apesar de móveis um tanto gastos. O banheiro também é bom. O atendimento depende do recepcionista: vai do excelente até o mal educado. O café da manhã deixa a desejar, mas a diária nos custou, em média, 83 dólares. Para Nova Iorque é uma pechincha e para nós estava de bom tamanho. Saíamos bem cedo e voltávamos à noite prontos pra tomar um banho e ir dormir depois de tanto caminhar. Vale o quanto custa. E pelas fotos abaixo, tiradas na plataforma do metrô perto do hotel, dá pra ver que o centro de Manhattan realmente não é tão longe.

        

Com exceção de um dia de carro alugado fizemos todos os trajetos utilizando o metrô e, algumas vezes, ônibus. Não tivemos qualquer problema para nos locomover pela cidade.

Para minimizar as dificuldades de usar o transporte coletivo em Nova Iorque recomendamos o post do Ricardo Freire, do Viaje na Viagem. E vale a pena estudar um pouco como funciona a malha para não ficar com cara de mamão na estação do metrô. Não é difícil, juro. Em poucas viagens nós já estávamos familiarizados com o sistema e corríamos para fazer baldeações como qualquer novaiorquino.

Compramos o bilhete válido para 7 dias e o usamos sem qualquer problema em todas as viagens de metrô e ônibus que fizemos. Vale a dica de pegar um mapa já na primeira estação de metrô que entrar. É grátis e ajuda muito naqueles momentos em que se resolve mudar os planos ou que não se tem uma rede wi-fi pra usar.

Usamos também o Google Maps e o site da MTA para planejar os itinerários. Nunca falharam.

O Google Maps também foi utilizado, como dissemos, para marcar todos os pontos que julgávamos interessantes. Mão-na-roda é pouco. Foi fundamental usá-lo. Tente se familiarizar com a ferramenta e aprenda a marcar os locais de interesse, criar seus mapas adicionando os sites, endereços, anotações e símbolos. Funciona e poupa tempo.

Chegamos na madrugada do dia 24, por volta de 2 da manhã. Como pretendíamos ir a Hoboken e ao Woodbury Common Premium Outlet decidimos alugar um carro. O maior motivo para a decisão: preço! Sairia mais em conta alugar o carro por 24 horas e ir a todos estes lugares do que pagar pelo transporte do aeroporto até o hotel, do hotel até Hoboken, de Hoboken até o Woodbury, do Woodbury até o hotel...
Hoboken fica no estado de New Jersey, a poucos minutos do centro de Manhattan. Lá nasceu Frank Sinatra e foi criado o baseball. Fomos de carro e nossa primeira parada foi a Fiore's Deli, um tipo de mercearia fundada em 1913 e cujo grande orgulho é produzir uma mozzarella (ou muçarela) fresca que é considerada uma das melhores do mundo. Experimentamos pedaços de mozzarella com tomates cereja frescos e azeitonas pretas. Pedimos num potinho, mas quem quiser pode pedir para que eles façam um sanduíche com os ingredientes que escolher. Note que lá não é uma lanchonete ou restaurante mas um tipo de empório. A mozzarella é produzida lá mesmo, além de outros antepastos. Não há mesas, mas o pessoal é muito simpático e faz de tudo pra atender bem.

 

Depois, seguimos para a Carlos' Bake Shop, aquela do programa de TV da TLC, "Cake Boss". Experimentamos canollis e tiramisu, especialidades da casa, que não vive só dos bolos mostrados no programa. Vale a pena: os canollis são fresquíssimos e a massa é muito crocante e saborosa; o tiramisú é delicioso e dos mais cremosos perfumados que comi. Tem fila na porta mas, como não há mesas para consumir os produtos, a espera não é muito longa. Voltamos para o carro e comemos lá mesmo. Delícia!

De lá partimos para o Woodbury. A estrada é linda e, claro, está em excelentes condições. As compras... bom, cada um sabe o que quer, né não? Só não se esqueça de imprimir seu talão de descontos antes de chegar lá. Se você não foi com um dos ônibus, não alugou um carro de locadora conveniada e não cumpriu alguma outra regra vai ter que pagar 10 dólares pelo seu. Verifique estas coisas no site e aproveite melhor os bons preços. Se tiver fome aproveite para comer um hot dog no Nathan's. A loja do outlet não é a tão famosa, localizada em Coney Island,  frequentada pelo presidente Roosevelt, Al Capone e Cary Grant, mas o cachorro quente é bem gostoso e você pode fugir do ApleeBee's e do Starbucks. No final da noite devolvemos o carro. Alugar o carro neste primeiro dia definitivamente foi mais prático, confortável e barato.

No dia seguinte, 25/04, fomos para Manhattan. Para sair do hotel em Long Island e chegar ao Central Park utilizamos o shuttle do hotel e o metrô. Tínhamos alugado pela internet, ainda aqui no Brasil, duas bicicletas para passear por 3 horas no Central Park. Pegamos as bikes bem próximo à Columbus Circle e seguimos para o parque, tomando a direção do edifício Dakota, que já foi locação de muitos filmes famosos ("O Bebê de Rosemary", por exemplo) e onde John Lennon, um de seus moradores, foi assassinado. De lá entramos de novo no parque e passeamos meio que sem rumo, apenas apreciando a paisagem que se apresentava. Saímos do outro lado, no trecho da Fifth Avenue conhecido como "Museum Mile" e pedalamos um pouco por lá. Entramos de novo no parque logo depois do Met e assim seguimos aproveitando o que se apresentasse até que o tempo do aluguel se esgotasse. Tudo corria às mil maravilhas até o momento em que eu tive uma grande crise alérgica e simplesmente não conseguia respirar. Como eu tinha antialérgico na bolsa não foi preciso ligar para o 911 (o que teria sido engraçado!). Devolvemos as bikes e seguimos para o almoço.












Seguindo a sugestão de minha amiga Daniela fomos ao Burger Joint, um "inferninho"(de acordo com a descrição dela!) no saguão de um hotel de luxo, o Le Parker Meridien que vale a visita. O lugar é pequeno mas realmente muito bacana. Tem mesas coletivas e há posters dos Ramones e outros nas paredes rabiscadas. O hambúrguer estaria excelente, não fosse pelo pão, que estava frio. Mas valeu a visita sim. Dá pra ler mais sobre o Burguer Joint no blog Destemperados. Para o Carlos almoçar (é vegetariano, não come hambúrguer!) escolhemos uma saída rápida, havia um "Chipotle" do outro lado da rua. Esta é uma rede de comida mexicana que conhecemos em nossa viagem pela Rota 66. É fast food, mas nunca decepciona!

Depois caminhamos até o Rockefeller Center para assistir ao pôr-do-sol no Top of the Rock. Compramos nossos bilhetes ainda no Brasil, pela internet, o que nos garantiu preços melhores e nenhuma fila. Recomendamos muito. A vista é maravilhosa e, se puder, estude um pouco o mapa da cidade para localizar os prédios e outros marcos lá de cima.





Intrepid Museum, visto do Top of the Rock 



Rockefeller Center
O jantar foi no Alfredo para que eu pudesse provar o tal fettuccine tão famoso inventado em 1914. O prato não decepcionou. O Carlos pediu um Agnolotti di Asparagi que estava igualmente delicioso. Sobremesa? Tiramisu. De novo? Sim, preciso melhorar o meu e para isso referências são fundamentais!

Depois de tudo isso voltamos ao hotel. De metrô, claro. Fácil, fácil.

Já no dia 26/04 seguimos a sugestão que eu já namorava há muito tempo depois que li um post que o Seth Kugel escreveu: conhecer Jackson Heights. Adoro tudo o que o Seth Kugel escreve no IG e no New York Times, principalmente porque ele sempre procura fugir da mesmice e da obrigação de fazer passeios de turistas.

Bom, seguindo as orientações de Seth pegamos a linha 7 do metrô e seguimos para Jackson Heights. Ao sair da estação, já na Roosevelt Avenue, vimos os carrinhos de tacos mexicanos mas, como tínhamos outros planos para o almoço, heroicamente seguimos em frente. Caminhamos um pouco e encontramos o Patel Brothers, na 74th Street,  supermercado com produtos indianos e, aí... piramos! Nós gostamos muito de comida indiana (e de cozinhar) e, ao ver tantos produtos diferentes nas prateleiras... eu queria levar tudo! Bom, acabamos comprando um pacote com grãos variados para preparar um "dall", um pacotinho de masala, outro de pimentas, outro com sementes de cominho e dois pacotinhos com comida indiana pronta para aquecer no microondas, semelhantes às que compramos aqui (a diferença é que aqui no Brasil cada pacote, com o suficiente para duas pessoas, custa cerca de R$ 17,00. O que compramos no Patel nos custou um dólar cada!) e pão indiano. A comida pronta e o pão comemos no hotel. O restante das compras eu trouxe para o Brasil.

Seguimos caminhando por Jackson Heights buscando cada dica dada pelo Seth. Pena que o Ruby Volcano fechou e que não comemos nada por lá, mas o passeio é bem bacana e as ruas mais distantes do comércio são bem residenciais, o que é bem legal pra ver como as pessoas vivem de verdade. Os jardins internos dos prédios são lindos!


Voltamos à estação do metrô na Roosevelt Avenue e seguimos até a última estação da Linha 7, Flushing-Main Street, no Queens. Nosso objetivo era chegar ao restaurante hindu que fica no Ganesha Temple. É longe, sabemos, mas vale qualquer esforço para aqueles que gostam da culinária indiana e de muito, muito, muito tempero na comida. Estou falando sério: se você é daqueles que tem medo de acarajé "quente" nem pense em ir até este lugar. O restaurante atende a comunidade indiana e funciona como um refeitório (tudo é muito simples) e muito barato. Pedimos o tal "mini lunch" que é um tipo de "PF" indiano, com uma boa amostra dos pratos. Não resistimos e pedimos também o "dosa", um pão gigante,  muito fino e crocante acompanhado de três tipos de dall. Para beber pedimos um tipo de suco feito com iogurte, água e manga chamado "lassi", muito delicado e refrescante, ajuda a controlar a "ardência" dos outros pratos. A experiência foi incrível! Quase voltamos lá pra comer de novo.



No dia 27/04 nosso plano era ir ao Intrepid Museum, um museu que funciona dentro do porta-aviões USS Intrepid, ancorado no Pier 86 (W 46th St e 12th Ave). A visita estava mais do que planejada mas, o que não sabíamos, era que neste dia a Space Shuttle Enterprise sobrevoaria NYC, especificamente o USS Intrepid! Bom, vimos isso no telejornal enquanto nos aprontávamos para sair e, claro, apressamos o passo para chegar a tempo. E deu certo! A Enterprise sobrevoou o Intrepid por duas vezes, bem baixinho... muito bacana!





Depois de ver o último voo da Enterprise e de conhecer o museu seguimos andando até um excelente restaurante turco, o Turkish Cuisine. Lá experimentei o melhor "lebni" da minha vida e o Carlos ainda continua falando do tal café turco... Vale a pena! Ao lado existe um padaria grega e da rua dava pra ver lindos pães e montes de queijo feta... mas não podíamos comer mais nada, infelizmente.

Seguimos caminhando até chegar ao Bryant Park, onde nos sentamos para descansar um pouquinho. Depois, tiramos algumas fotos na frente da New York Public Library e continuamos caminhando até chegar a D'espresso (317 Madison Ave, pertinho da Grand Central Terminal) que conheci por meio deste post. A decoração é inusitada, o café espresso é delicioso e o dono é uma figura! Recomendamos muito!

Terminado o café fomos até a Grand Central Terminal. O que mais impressionou? O mercado! O tal Grand Central Market tem um pouco de tudo. Quem dera ter um desses perto de casa. Ainda na Grand Central experimentamos o cheesecake do Junior's, que é bom, mas ainda prefiro os cheesecakes assados. Antes de pegar o metrô de volta ao hotel compramos uma garrafa da cerveja Brooklyn e batatinhas fritas McClure's para o caso de bater uma fominha de madrugada...

Dia 28/04 e saímos pela manhã com o objetivo de atravessar a Brooklyn Bridge a pé. Como estávamos hospedados em Long Island tivemos que tomar o metrô até Manhattan para depois voltar. Descemos na estação Brooklyn Bridge-City Hall e, antes de seguir para a Ponte, demos uma perambulada por Wall Street até que ficamos meio cheios de tantos turistas, tiramos uma foto da bunda do touro (para tirar da cara tinha fila!) e seguimos nosso roteiro inicial: a ponte do Brooklyn!


Caminhando pela ponte há centenas de turistas fotografando tudo, mas é possível ter uma linda vista e isso já foi muito bacana. Chegando ao Brooklyn fomos almoçar na pizzaria Grimaldi's que, reza a lenda, era a preferida de Frank Sinatra. Antes do meio-dia, horário de abertura, já tinha fila na porta. Pizza boa e barata. Vale a visita.







Depois do almoço era hora da sobremesa e fomos a pé (as calorias não se acumulam, estão vendo?) e era hora de conhecer a Jacques Torres, na Water Street, na região conhecida por D.U.M.B.O. (Down Under the Manhatthan Brigde Overpass). A loja é muito bonitinha e cheia de chocolates por todos os lados, claro. Nos fundos do estabelecimento está a pequena fábrica e o perfume que vem de lá... Bom, assim que o pedido é feito a um dos funcionários ouve-se uma pergunta: "Classic or wicked?" ou seja, o sabor clássico/normal, ou o perverso/malvado (temperado com especiarias). O Carlos pediu um tal chocolate quente congelado rapidamente. É isso mesmo que você está lendo: chocolate quente congelado. E wicked, claro! Parece um milkshake, mas é muito melhor! Uma maravilha que mereceu uma volta ao lugar (já que na loja do Chelsea Market a gostosura não estava disponível no dia em que lá estivemos).

Depois disto tomamos um ônibus e fomos para Williamsburg, também no Brooklyn. Lá tentamos visitar a Brooklyn Brewery (a cerveja é muito boa!) mas a fila para visitar a cervejaria estava muito grande. Neste momento nos separamos: o Carlos foi fotografar e eu fui ver o que havia no Beacon's Closet, um brechó sensacional. Claro que para comprar em brechós é necessário ter muita paciência para garimpar e experimentar as roupas e, como eu não tinha esta disposição naquele momento, comprei apenas duas necessaires e só. Mas o lugar é bem grande e tem muita variedade.







Depois nos encontramos e seguimos para o East River State Park, que rende uma belíssima vista de Manhattan, bem ao lado do Smorgasburg, uma feira de comidas de todos os lugares que você puder se lembrar. Genial! Recomendamos!




Como ainda era cedo, apesar de tanta coisa já feita hoje, pegamos o metrô para voltar a Manhattan e terminar umas comprinhas na Macy's. Depois disso, hotel e comida indiana de microondas com cerveja Brooklyn. Maravilha!

O dia 29/04 foi o dia de conhecer o High Line, excelente idéia para aproveitar uma via férrea abandonada. Virou um lindo jardim com vistas belíssimas. Tiramos a foto abaixo e na hora não percebemos. Só quando voltamos e o Carlos foi tratar a foto é que foi possível ler "Cunard Lines", a linha de transatlânticos que era dona, entre outros, do Lusitania, Mauritania e Carpathia, célebre por ter resgatado os náufragos do Titanic (da concorrente White Star) e os deixado exatamente neste pier.








Pier 54. Antigamente pertencia a "Cunard Lines".

Logo abaixo do High Line está o Chelsea Market, um enorme prédio onde antes funcionavam várias fábricas de biscoitos que um dia se uniram para formar a Nabisco. Foi de lá que saíram biscoitos famosos como o Oreo e o Saltines. Hoje é um grande mercado gourmet com lojinhas e restaurantes. Lá experimentamos os brownies da Fat Witch Bakery mas, sinceramente, prefiro os meus. A Bowery Kitchen Suply é uma excelente loja de artigos de cozinha e tem uma grande variedades de facas. Comprei minha faca de chef lá!

Saindo do Chelsea market fomos caminhando até o The Jane Hotel. No prédio onde hoje funciona o The Jane já funcionou uma associação de marinheiros e, em 1912, os sobreviventes do Titanic foram levados para lá. Vale a pena conhecer o prédio - eu me hospedaria lá facilmente, apesar de a maioria dos quartos não possuir banheiro privativo. Pedimos para conhecer alguns destes quartos, que mais parecem cabines de navios, e gostamos, viu? E os banheiros? Apesar de serem usados pelo corredor todo estavam limpos e secos quando nos mostraram. Depois almoçamos no Cafe Gitane, que fica no térreo do hotel e é sempre bem comentado. A decoração do restaurante é muito bacana e os garçons de vestem como marinheiros franceses. A comida é excelente e o preço bastante razoável (bom, qualquer restaurante é mais barato que em São Paulo...).



Saindo do Cafe Gitane pegamos o metrô para chegar a Veniero's, uma "pasticceria" italiana que funciona desde 1894 e que se gaba de ter o melhor cheesecake assado dos Estados Unidos. Minha opinião: eles estão certos! Pelamordedeus... o que era aquilo! Já disse que prefiro os cheesecakes assados e este é o melhor que já experimentei. Pedimos também o cheesecake normal e era excelente. Mas se você quer experimentar um bom cheesecake tente qualquer coisa antes do Cheesecake Factory, por favor. Isto é como dizer que o melhor hambúrguer do mundo é vendido no McDonald's! Tente fazer diferente e você não vai se arrepender.

Depois deste maravilhoso cheesecake era hora de tomar um ônibus até a Staten Island Ferry Station para ver a Estátua da Liberdade de graça. Isso mesmo. Você vai até Staten Island Ferry e atravessa até Staten Island num ferry (fique do lado direito pra ver a estátua) e volte (agora do lado esquerdo). Tudo de graça. Fácil assim.



Dia 30/04 e saímos cedo para tentar ir a todos os lugares em que gostaríamos de comer alguma coisa. E são tantos. Mas a limitação estava mesmo era em nossos estômagos. Afinal, não dá pra considerar uma bulimia enquanto estamos de férias, não é? O jeito é, pelo menos, tentar.

Assim sendo, nos dirigimos ao Katz's Delicatessen (tivemos que escolher entre este e o Russ and Daughters, que são vizinhos). Preferimos o Katz e eu experimentei o sanduíche de pastrami que merece a fama que tem. O Carlos inventou um sanduíche na hora só com queijo e pepinos em conservas e sei lá mais o quê. O atendente achou bem estranho alguém não querer comer nada com pastrami por lá. Acho que ninguém fez isso desde a inauguração, em 1888. Ah! Sim, foi no Katz que filmaram a tal cena de orgasmo do filme Harry and Sally, mas seguramente o sanduíche é melhor! As paredes estão forradas de fotografias de famosos que já visitaram o lugar, dentre eles estão Bill Clinton e o Mickey Mouse, yeah!

Respeitável sanduíche de pastrami do Katz's
Depois fomos almoçar no Chennai Garden, outro indiano sensacional onde se come à vontade por 7,99 dólares. Mas pedimos um dosa só pra não ficar com muitas saudades do Ganesh Temple. A comida é realmente muito boa e os funcionários são muito solícitos e simpáticos. O dono também é muito atencioso. Vale a pena conhecer e experimentar a comida. 

Tomamos o metrô para voltar a Jacques Torres e tomar um último "chocolate quente congelado rapidamente wicked". Nosso plano era tê-lo tomado na loja do Chelsea Market mas, como não tinha... tivemos que voltar lá. E novamente a guloseima não decepcionou.


Royal Enfield classic Military Green estacionada em frente ao Jacques Torres. Linda!
Para chegar a Jacques Torres do Brooklyn fizemos um caminho diferente: metrô até a estação Borough Hall e, depois, seguimos caminhando pelas ruas de Brooklyn Heights. O bairro é repleto de ruas tranquilas e arborizadas, com muitos prédios baixos, com tijolinhos na fachada. Lindo! 

Dia 30/04, véspera de nossa partida, e o roteiro escolhido se iniciava na Pizzaria Lombardi's, em NoLIta (North of Little Italy). De novo escolhemos um lugar que funciona há muitos anos, desde 1905 - deve ter alguma razão, não é? - e não nos decepcionamos. O ambiente lembra as cantinas italianas de filmes de mafiosos e a pizza... ah! a pizza... uma maravilha! Mozzarella fresca de sabor muito delicado, massa crocante coberta com um molho de tomates que tinha um tempero... dá água na boca só de lembrar. Pedi para acrescentar pepperonni na minha e acertei: delícia. O Carlos escolheu cogumelos para incrementar a dele. Uma pizza grande foi consumida em poucos minutos por nós dois. Novamente lamentei que meu estômago tivesse um limite em sua capacidade. Seguramente é um lugar pra ser lembrado e revisitado.

Bom, como adoramos Williamsburg resolvemos que o bairro mereceria nova visita. Saindo da Lombardi's precisaríamos tomar o metrô mas, no caminho, entre Nolita e o Soho, passamos por uma patisserie com ares franceses com uma vitrine muito simpática, cheia de tortinhas de mirtilo. Paramos, claro! Era a Ceci Cela Patisserie e a parada não programada foi muito bem recompensada. Os doces são lindos e deliciosos, bem ao estilo francês. Eu comi uma mini éclair de chocolate (porque não cabia comer o lindo bolo floresta negra que vi) e o Carlos preferiu a hipnotizante torta de mirtilo. Incrível!

Seguimos nosso caminho para voltar a fervilhante Bedford Avenue, em Williamsburg. Esta avenida e as ruas próximas são cheias de lojas de objetos e roupas diferentes e modernas, a cada tanto se pode ver uma lanchonete, restaurante ou sorveteria bem bacanas e as pessoas que circulam por lá são as mais diferentes. Era uma tarde de sol com uma temperatura muito agradável, o que tornou nossa caminhada muito prazerosa. 

Depois de caminhar um pouco queríamos tomar alguma coisa. Entramos num bar esquisitíssimo, daqueles que não tem nome na porta e cujo interior é escuro e baixo astral, com ares de bar de gente que chega para beber já pela manhã e não quer papo com ninguém. De certa forma era muito engraçado. Já que estávamos ali pedimos duas coca-colas. O atendente, com cara de barman de saloon de filmes do velho oeste, nos serviu o refrigerante numa taça, aos moldes de um drink. Só faltou um guarda-chuvinhas, sabecumé?

Tomamos, pagamos e saímos em busca de algo mais divertido. Na verdade só estávamos esperando fazer lugar no estômago para conhecer o The Meatball Shop, um restaurante especializado em... almôndegas, oras! Almôndegas de cordeiro, de champignons, de carde de porco, de frango... Os molhos são os mais diversos e são servidas sozinhas ou com pão. E são deliciosas!

Para terminar, um sorvete daqueles vendidos em furgão, sabe? Tipo o dos filmes B (ou Z menos! Mas não tinha palhaços assassinos dentro...) de terror. Mas este sorvete artesanal da Van Leeuwen estava delicioso: muito delicado e com uma casquinha crocante que há tempos não encontrávamos. Além deste furgão há outros endereços onde pode ser saboreado.


É isso. E já estamos preparando a próxima viagem...





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  1. Adorei o relato. Realmente cada viagem é um traçado único. E há tanta Nova York quanto viajantes no mundo: cada um tem a sua. Adorei o cabelo!! Que bom que a dica do Burger Joint foi aprovada, embora o Carlos não coma hambúrguer. A nossa viagem foi super corrida, minha cabeça estava em outra, não tive tempo de preparar direito e foi uma viagem muito afobada. Pretendemos voltar várias outras vezes.

    Beijo

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    1. Tenho certeza de que dá pra ir a NYC muitas vezes sem repetir um programa sequer. Gostei de tudo o que fizemos mas e, seguramente, voltaremos. O cabelo? Exercício de desapego. Ontem cortei de novo e acho que assim vou fazer por uns tempos. A ideia do Burger Joint foi aprovadíssima e o fato de o Carlos ser vegetariano, ao invés de limitar, só aumenta nosso universo. Sempre damos um jeito. E tomara que algumas destas dicas te ajudem a montar sua próxima viagem a NYC! Bjs

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    2. Sim, ajudou muito. Meu pai ficou doente dois meses antes de eu viajar, foi a cidade certa na hora errada. Desde que voltamos, estou reunindo tudo o que não pude fazer e o que gostaria. Eu não sou vegetariana, mas curto muito não comer carne.

      Ontem o Márcio cortou o cabelo com máquina em casa. Tô há muito tempo querendo tirar tudo. Pena que não tenho o rosto estupendo como o seu. Mas, mesmo precisando de moldura, quero um dia arriscar recomeçar tudo começando pelo cabelo.

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    3. Eu guardo tudo sobre viagens criando pastas nos favoritos. Tenho muitos planos pra muitos lugares. Acho que consegui fazer muito do que queria em NYC.

      Cabelos aqui em casa não são mais um problema: o do Carlos eu mesma corto com máquina aqui em casa. O meu entrego nas mãos do meu supercabeleireiro, já que o tal rosto estupendo é por sua conta! Hahaha! Mas eu estou gostando muito, apesar do "ficou bonito" que o Carlos me diz...

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  2. Olá Jacque que beleza de fotografias, permite que viajemos junto com elas além da imagem... Grande abraço

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    1. Obrigada, Vera. Espero que as dicas e endereços também ajudem!

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  3. Com certeza, para quem for para lá e quiser experimentar aquelas comidas indianas... que delícia!!!! Viagens pioneiras vão abrindo caminho para novos viajantes. Com as suas informações as coisas ficam mais fácil. Só faltou te ver de moto por lá, não é mesmo? Ah, e o cabelo ficou ma graça. Grande abraço!

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  4. New York, uma estória de amor à primeira vista! Cheguei lá, pela primeira vez, em Janeiro de 1967. Muito frio e muita neve. A entrada na barra foi um stress total, pois a visibilidade era muito curta e fizemos a manobra quase exclusivamente por instrumentos. Mas a visão da Estátua da Liberdade e de Manhattan superou tudo. Mesmo com o tempo muito ruim, logo depois do navio atracado saímos para conhecer alguns pontos da cidade. Nem deu para subir no observatório do Empire State Building, que estava fechado pelo mau tempo. A primeira de algumas dezenas de vezes que visitei a Grande Maçã.

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  5. MAIS UM VEZ ADOREI VIAJAR COM VCS!!!
    BEIJOSSS...
    TIA JACKIE...

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  6. Excelente matéria pessoal, parabéns.
    Abraços
    Anderson Carnevale

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  7. Go GIANTS!!! Que riqueza de detalhes, este é o guia #1 de Nova Iorque.

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  8. Que post legal! Estamos programando uma passada por NY e já estávamos pensando em alguns passeios/lugares que agora certamente serão realizados. Ah, também estamos anotando outras tantas dicas. Abraço

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  9. Que bom, Luciano! Depois conte como foi, ok? E como sei que gostam de comer - como nós aqui - espero que curtam as dicas. Espero as novidades.

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    1. Jacqueline, havia enviado um comentário mas acho que se perdeu. De qualquer forma, vai novamente. Desculpa pela demora em voltar. Mais uma vez adoramos NY. Obrigado pelas dicas, especialmente o Jacques Torres - ficamos loucos pelos cookies - o DUMBO e o Mercado da Grand Central Station. Pegamos comida lá algumas vezes e também levamos para o ap uma marmita de um indiano que compramos no subsolo e estava maravilhoso!
      Abraços

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  10. Nova York é realmente incrível, cada post que leio sobre a cidade são mil opções diferentes!!Quero muito ir o próximo ano e estou tendo que pesquisar muito para saber por onde começar!! As dicas foram ótimas!

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    1. Pois é, Karla. Há uma imensidão de possibilidades. Tomara que visite algum destes lugares. Depois volte pra contar, por favor. E boa viagem!

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  11. Uau,

    Post completíssimo sobre NY. Cada buraquinho que vc visitou.

    Adorei as fotos 360º. PARABÉNS.

    Um abraço, Até + !!!

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    1. Obrigada, Guilherme! A idéia era essa mesmo: encontrar esses "buraquinhos" que, muitas vezes, os turistas deixam passar. Abraço!

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  12. Não adianta, você pode ler mil posts sobre NY e sempre vai aprender algo novo..
    Adorei as fotos, principalmente as em P&B

    Abraço

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    1. Obrigada, Oscar! É assim mesmo. Eu li dezenas de relatos e tirei uma dica daqui, outra dali pra montar nossa viagem. É um destino fabuloso, cheio de possibilidades. As fotos em preto e branco são do Carlos, que agora começa a se adaptar melhor com as câmeras digitais. Antes ele, além de fotografar, revelava e ampliava em casa!

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