4 de março de 2019

Por que a Letônia?


O Rio Daugava, que banha a cidade - foto de Jacqueline Hochberg


Em janeiro de 2017 passamos 17 dias na gelada Letônia, dividindo nosso tempo entre a capital, Riga, e a pequenina e bucólica Sigulda, distante 60km. O objetivo primário era o tratamento radiocirúrgico dos três meningioma que tinha (ainda tenho, para ser precisa) que afetavam severamente minha visão e que, diante de sua localização no cérebro, eram inoperáveis sem riscos permanentes.

Depois de muitos médicos consultados aqui no Brasil e nos Estados Unidos, depois de muito pesquisar e mandar meus exames para muitas clínicas pelo mundo afora, o Carlos e eu decidimos que o melhor seria não fazer nova neurocirurgia ou radioterapia convencional, visto que nem mesmo nos melhores hospitais de São Paulo os médicos conseguiam nos garantir que eu não ficaria cega se me submetesse a isso.


Jackie a -15ºC na estação de trem de Sigulda - foto de Carlos Hochberg


Foi nessa sinuca de bico, encurralados entre “fazer alguma coisa e perder a visão” e “não fazer nada e igualmente perder a visão” que o Carlos começou a pesquisar uma terceira via incansavelmente. Pesquisava, encontrava um centro médico, enviava meus exames, conversava com os médicos e avaliava se era ou não uma boa alternativa para meu caso, tudo sem me dizer ainda. Isso tudo me ajudou muito pois eu já estava exausta de tantas idas e vindas, promessas, desilusões com tratamentos e falta de diagnóstico preciso em tantos médicos.




Até que ele se decidiu pelo melhor - ou aquilo que parecia ser - caminho: uma clínica de radioterapia que tinha uma aparelho CyberKnife M6 e um neurocirurgião e um radiologista com experiência em centenas de radiocirurgias com este tipo equipamento, treinados nos melhores centros, a um preço que poderíamos pagar. Mandou meus exames e meu caso era elegível. Problema: pouco mais de 11.000 quilômetros de distância nos separavam!



Carlos Hochberg a -15ºC na estação de trem de Sigulda - foto de Jacqueline Hochberg


Enfim, o caminho foi torto, não tínhamos pensado seriamente visitar a Letônia mas… quer saber?


Foi IN-CRÍ-VEL!


Tradução livre do letão: Çaporra escorrega!!!

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